A pandemia fez todo mundo ficar imóvel e acelerou a revolução digital ao mesmo tempo. Graças à tecnologia no centro, as empresas seguiram a girar e até descobriram novas chances. Algumas inclusive, vão manter-se depois da crise.
A evolução, segundo os especialistas, é de dez anos em um, pois não restou outra alternativa. O filósofo e historiador Leandro Karnal ainda afirma que guerras, revoluções e pandemias mudam o curso da história, aceleram mudança.
Ainda não há como saber como será o mundo após a crise desencadeada pelo Novo Coronavírus, mas já temos certeza que nada será como antes e de que a tecnologia no centro do foco será cada vez mais usada.
É importante ressaltar que não se trata do uso da tecnologia apenas, mas da mudança de comportamento que ela provoca. Ao adotá-la como regra, a cultura muda, os hábitos de consumo também e, veja só, suas possibilidades de crescimento corporativo.
Por isso, neste artigo vamos mostrar o que é realidade e promete ser nosso futuro próximo graças à revolução digital.
Home-office só é possível por causa da tecnologia no centro
Já parou para pensar que o teletrabalho seria inviável sem as meios digitais? É certo que há tarefas que exigem a presença do trabalhador, mas a maioria pode ser realizada à distância.
O que propicia isso são as videoconferências, programas de gestão digitais, tecnologia em nuvem, aplicativos de mensagens e muito mais.
A experiência foi tão positiva que cerca de 30% das empresas devem continuar com o home-office após a crise da Covid-19. É o caso da startup Housi, de aluguel de imóveis, que será 100% remota mesmo no pós-pandemia. Já a Google concederá trabalho remoto para os 200 mil colaboradores até junho de 2021.
Outras, terão um modelo híbrido: ou seja, com parte do trabalho realizado em pessoa e a outra remota. A XP Investimentos é um bom exemplo. A gigante está construindo a Vila XP, em São Roque, interior de São Paulo.
Boa parte das salas em um bairro nobre da capital paulista foi entregue porque a XP entendeu que o colaborador podia trabalhador de onde se sentisse melhor. A unidade em São Roque terá como finalidade trazer a experiência para o colaborador, assim como a Vila XP se assemelha muito a um clube.
Videoconferência em tudo: do entretenimento, ao ensino e lazer
Quantas vezes você usou o Zoom ou o Skype desde o início da pandemia? O Zoom saltou de 10 milhões de usuários em dezembro de 2020 para 200 milhões em abril de 2020. Já o Skype, registrou aumento de 70% no cenário de isolamento social.
Essas plataformas são apenas duas de diversas que estão sendo usadas durante a pandemia. A variedade de sistemas corresponde à infinidade de usos. Além das reuniões de família para um parabéns on-line, por exemplo, videoconferências também foram essenciais para setores como educação e entretenimento.
Já assistiu alguma peça pela plataforma? As companhias de teatro adaptaram-se. A Sympla, líder brasileira na venda de ingressos, desenvolveu uma ferramenta integrada para shows, cursos on-line, peças e outros.
Quando a pandemia acabar, com certeza o público voltará para as plateias tradicionais. No entanto, o uso das videoconferências vai ser mais uma possibilidade. Poderá, ainda, ser usada de maneira híbrida, com parte da programação presencial e a outra on-line ou, ainda, com transmissão simultânea. Assim, artistas, educadores e outros podem ampliar o alcance.
Quanto às reuniões de trabalho, elas continuarão como aliadas e podem ajudar pequenas, médias e grandes empresas a chegarem mais longe com seus negócios.
Tecnologia no centro: E-commerce
As lojas virtuais já mostravam tendência de aumento antes da pandemia, mas o contexto, com lojas fechadas ou funcionamento parcial, fez o setor explodir. Um levantamento da Neotrust/Compre&Confie mostrou que um quarto das pessoas fez compras on-line pela primeira vez depois da pandemia.
No segundo trimestre de 2020, o faturamento foi de 33 bilhões de reais, crescimento de 104% em relação ao mesmo período de 2019.
Uma grande mudança aconteceu quanto aos produtos comprados em e-commerces também.
O segmento de alimentos e bebidas registrou alta de 241%; itens de cama, mesa e banho, 236%; brinquedos, 211%; móveis, 174%; e eletroportáteis, 164%.
“O brasileiro estava mais acostumado a comprar eletrônicos e eletrodomésticos pela internet. Agora vemos produtos de mais alto giro ganharem relevância”, disse André Dias, do Neotrust/Compre&Confie, ao site da Exame.
Menos burocracia com ajuda da digitalização
A tecnologia sempre teve potencial para facilitar os processos. No entanto, isso só aconteceu com as restrições para evitar o contágio pelo Novo Coronavírus. Um exemplo foi o Certificado Digital. Aliás antes, havia necessidade de realizar um processo em pessoa. Uma Medida Provisória (MP) permitiu que ele fosse validado por videoconferência em uma ampla gama de situações. No momento, a forma de validar o certificado está híbrida: em alguns casos, deve ser feita em presença e, em outras, on-line (apenas renovações do documento).
No entanto, a previsão é de que a certificação digital volte a acontecer totalmente remota em breve. A Câmara dos Deputados já votou a Medida Provisória. Em breve, seguirá para o Senado e, em seguida, para a sanção presidencial.
O próprio Certificado Digital, implantado em 2001 no país, serve ao propósito de tornar os negócios menos burocráticos, mais ágeis e seguros. Isso porque é possível assinar contratos, por exemplo, de qualquer lugar do mundo, além de cumprir diversas exigências do governo digitalmente com ele.
O que aprendemos com essas mudanças é que a tecnologia deve ser uma aliada de agora em diante, mesmo quando tudo voltar ao que se chama de “novo normal”. Você já está pronto?
Talita Camargos